1.2.12

#direto de courchevel: a cozinha de mercado, com tónica bio, de bilal amrani no hotel la sivolière

[O restaurante 1850, do hotel La Sivolière, dá diretamente para as pistas (foto de divulgação)]

Desde segunda-feira, dia 30, estou em Courchevel, na região alpina da Sabóia, França, não muito longe da fronteira com a Suíça.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Quem segue de perto este blog através da sua página no Facebook talvez já se tenha dado conta do facto. Aliás, ainda ontem postava por lá uma foto, à laia de teaser, e logo alguém me perguntava se a foto em causa (tirada a partir de uma das varandas do cinco estrelas La Sivolière, já agora) tinha sido tirada por mim...

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Não que a foto (acima) fosse excecional, mas o seu tom sépia e a legenda "Courchevel 1850" levaram alguns à certa.

Pois não fiz uma viagem no tempo. Acontece que esta popular estância dos Alpes franceses foi construída em diferentes níveis, pelo que me encontro no ponto culminante de um vale, rodeado de pistas, a 1850 metros.

[A lareira acesa dá outro aconchego ao restaurante (foto de divulgação)]

Tão simples quanto isso para uma primeira explicação.

De Courchevel e do charmoso La Sivolière, em que estou hospedado, muito mais há para dizer e mostrar; hoje, não me levem a mal, vou apenas partilhar o meu almoço de ontem no restaurante do hotel, o 1850 precisamente, onde me foi dada a oportunidade de degustar a carta do dia, executada pelo chef magrebino Bilal Amrani.

[O chef magrebino Bilal Amrani (foto de divulgação)]

Os excessos da noite anterior — num jantar tipicamente regional de boa memória que incluiu racletes, fondue, tartiflette e ainda uma tábua da bela charcutaria local — pedia, em sã consciência, uma trégua.

Sem maiores pretensões, foi isso mesmo que Bilal fez. Ao melhor estilo cozinha de mercado, nessa mesma manhã Bilal foi ao seu fornecedor habitual de peixe, o Michel, que lhe arranjou umas conquilhas de Saint-Jacques muito frescas, e trouxe ainda vários legumes e frutas.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Exceção feita ao pão, irresistível de tão guloso, e à boa manteiga Echiré (produzida diariamente por uma cooperativa afamada), quase nada do que ali foi servido comprometeu o nobre propósito de comer de forma mais ligeira e saudável; nem mesmo o vinho eleito, um rosé Château Margüi 201o, proveniente da Provença, de produção biológica.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Interessante o vinho.

Como entrada, uma salada de legumes crocantes, temperada com um azeite levemente cítrico do senhor Pensato.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

De seguida, vieram então as conquilhas gratinadas, acompanhadas por um fondue de alho francês com trufa negra. Não senti muito a trufa, mas ainda assim um prato intenso q.b.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Como sobremesa, um prato de frutas laminadas com um sorvete de limão e génépi, um licor muito parecido ao absinto, produzido a partir da maceração de uma planta com o mesmo nome (da família da artemísia) que se dá nesta região montanhosa.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

O melhor de tudo, porém, é que, após repasto tão ecologicamente correto, nem foi preciso fazer vista grossa ao que se passava lá fora. Pelas janelas do restaurante, emolduradas por bucólicos pinheiros saraivados de um branco glacial, as pistas de esqui não pesavam na barriga e chamavam por nós.

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