10.11.11

#livro: as dicas de heston blumenthal, o super chef britânico

[O mais recente livro de receitas de Heston Blumenthal, o chef britânico mais falado do momento (foto de divulgação)]
Não há duas, sem três.

Numa das minhas últimas incursões nocturnas pelas prateleiras virtuais da Amazon, acabei por sucumbir ao mais recente livro de receitas publicado pelo super chef britânico Heston Blumenthal ("Heston Blumenthal at Home", Bloomsbury Publishing, 408 págs.), arrematado a metade do preço inicial (paguei cerca de €18, com portes de envio grátis) apesar de só ter sido lançado em Outubro.

De tentações (e boas pechinchas) está a Net cheia, eu sei. Mas, se tinha algumas reservas iniciais sobre o lado prático do livro, estas foram rapidamente esquecidas mal o tive nas minhas mãos e comecei a explorar os vários capítulos.

[Qual estrela Pop, Heston posa regularmente para a GQ britânica, e não só (foto com direitos reservados)]

Heston, tal como certas modelos, já ascendeu à categoria estratosférica de chefs que ganharam o direito a prefixos como super ou über para os distinguir dos demais. O seu restaurante, Fat Duck, ostenta três estrelas Michelin e está há anos de pedra e cal no top 10 da lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. Este ano ainda, lançou o Dinner by Heston Blumenthal, no Mandarin Oriental de Londres, que se propõe a revisitar de forma contemporânea o receituário da época Tudor.

["Meat Fruit", uma das receitas históricas britânicas que Heston recuperou para o seu Dinner e que, qual trompe-l'oeil, possui recheio de foie gras e fígado de galinha (foto de divulgação)]

Mas, o facto de estar debaixo dos holofotes, ou talvez por isso mesmo, não quer dizer que seja consensual. Bem pelo contrário. Há críticos que não suportam o tipo de experimentalismo praticado no Fat Duck e outros tantos que não se deixaram convencer totalmente pelo conceito (supostamente uma brasserie fina) do novo Dinner (vídeo abaixo).


Polémicas e divórcio à parte — o fait divers fez as delícias da imprensa rosa, que não se coibiu de comentar a troca da mulher legítima por uma vistosa autora norte-americana —, Heston soma e segue. Eleito chef do ano pela revista GQ britânica, ele repaginou o visual, volta e meia está na TV ou nas revistas e tem sempre um livro ou outro projecto engatilhado. 

Em suma, ele não pára, mas também trabalha para isso. Não há milagres.

[No livro, uma salada apresentada como um "jardim" (foto de divulgação)]

Voltando ao livro, o meu medo era que fosse muito "técnico" e que tivesse o foco apontado para receitas muito trabalhosas que, na boa, são impraticáveis para o comum dos mortais, sem tempo, nem meios ou conhecimentos, para as colocar em  prática.

[Mais do que uma simples tosta de queijo, como demonstra no livro (foto de divulgação)]

Mas Heston faz jus ao título do livro e presta, efectivamente, um bom serviço a quem gosta de cozinhar em casa. Além de dicas bastante úteis de base, que só acrescentam mesmo que não as queiramos aplicar, ele reuniu em várias secções (como caldos, sopas, entradas, saladas e por ai vai) receitas que dão a volta a clássicos estafados como o cocktail de camarão, a carbonara ou até mesmo uma simples tosta de queijo ou um gin tónico, por um lado, não se esquivando, por outro, em partilhar, passo a passo, os truques para fazer um bom assado, defumar salmão ou não ficar intimidado com a conservação em vácuo.

[Outra receita partilhada no livro, a de chocolate quente (foto de divulgação)]

Faz boa vista em qualquer salão, mas "Heston Blumenthal at Home" é daqueles para ter na cozinha, sempre à mão de semear.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...