[O Tea Point, no largo de São Domingos, Porto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
A proposta pareceu-me tentadora.
Tão tentadora que, mesmo com o tempo contado, não resisti a descer até à Baixa portuense. Apeei-me na praça Almeida Garrett e atravessei a rua das Flores até desembocar no castiço largo de São Domingos.
[A decoração é assinada pelo designer Paulo Lobo (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
Aninhado num canto, virado para a frontaria "à la Nicolau Nasoni" da Igreja da Misericórdia e vizinho da Escola Superior Artística do Porto, não é difícil dar de caras com o Tea Point.
De um modo geral, o trabalho do designer de interiores Paulo Lobo, muito ligado ao Porto, agrada-me, mas as soluções por ele arquitetadas neste clube de chá que também é restaurante, das sócias Susana Macedo e Patrícia Melo, não me convenceram a 100 por cento.
[O Tea Point também serve almoços e jantares (foto de divulgação)] |
Esperava um espaço cosy, que é como quem diz aconchegante, e, em vez disso, encontrei muitos espelhos (o que aumenta ainda mais a área de 190 m2) e uma profusão de prensado de madeira (o designer quis recuperar um material antigo que já esteve na moda nas décadas de 1950 e 1960)... Pode ser uma questão de gosto pessoal, claro, mas a sensação que perdurou, reforçada pelas cores muito cruas, foi a de ter achado tudo frio e... vazio.
A meio da tarde, à hora do lanche, o Tea Point não estava às moscas, mas pouco faltava. Presumo que possa ser diferente ao sábado, dia em que serve um brunch por €12, ou no buffet dos almoços (o Tea Point passou também a estar aberto ao jantar, de quarta a sábado), mas naquela tarde de Janeiro foi assim que o encontrei.
[Na retaguarda, um espaço com sofás e mesas baixas (foto de divulgação)] |
Quando surgiu, o propósito era fazer do chá (cerca de 30 variedades, também com tisanas), dos bolos, das tartes e dos scones o seu ponto forte. Mais: o Tea Point tinha a pretensão de estar para o chá assim como a Starbucks, com a devida distância, está para o café, tanto que lançou a ideia do chá em copos de plástico com tampa para levar na mão.
A intenção era boa, mas parece que não pegou muito entre a malta do Porto. É pena.
Escolhi um chá branco e uns scones. No balcão, vi um jarro de limonada, uma fatia de bolo de chocolate (com recheio de mousse, foi-me dito) e outra da tarte de limão. Consta que tanto um como outro são bons, mas não há nada mais corta-tesão do que ter, pelo menos à mostra, tão pouca opção.
[Os scones e o chá branco (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
Fiquei um pouco, li no meu iPad (a biblioteca, ainda que interessante, é mais para vista do que outra coisa) e paguei €5. E não fiquei com vontade de voltar.
Largo de São Domingos, 78, Porto, tel. 220 934 077, de seg. a ter., entre as 12.00 e as 19.00; de qua. a sáb., entre as 12.00 e as 00.00
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