1.7.11

#directo de madrid: san miguel ou san antón?


[San Miguel, o primeiro a lançar a moda dos mercados gourmets em Madrid (acima: foto com direitos reservados; abaixo: ©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]


Colada à Plaza Mayor há uma outra menor, daquelas onde não se ia a menos que se fosse do bairro, mas eis que o Mercado de San Miguel, a pérola mais cantada das atracções recentes de Madrid, alterou a rotina de quem vive e de quem está de passagem na cidade.

San Miguel, re-inaugurado alguns anos atrás, não é segredo para mais ninguém e neste meio-tempo tornou-se, por mérito próprio, no templo gourmet que atende as preces de todos aqueles que querem petiscar, ou picar, em grande estilo.

[Não se anime com esta imagem do mercado, pois é quase impossível encontrar o San Miguel com tão pouca gente (foto com direitos reservados)]

Da primeira vez que ali fui, no arranque, fiquei logo freguês, mas já então me perguntava como teria sido antes da remodelação e até que ponto os seus clientes mais antigos estariam ou não contentes com a actual fórmula, que o converteu num mercado fino. 

[O Mercado de San Miguel (©PSR/Rotas, todos os direitos reservados)]

A verdade é que, numa era de hiper e supermercados, San Miguel, inaugurado em 1916, escapou por um triz de ser demolido graças à iniciativa privada. Como mercado municipal não teria sobrevivido. Tão simples quanto isso.

[O Mercado de San Miguel (©PSR/Rotas, todos os direitos reservados)]

Depois de seis anos de obras, o mercado reabriu, não mais como um lugar destinado às classes populares – porque não é barato –, mas como um destino de eleição para os gourmets e amantes das coisas boas e bonitas. Toda a estrutura em ferro foi mantida, bem como as bancas em madeira, mas aprimorou-se o conceito, de forma a que se possa agora degustar localmente vários tipos de tapas, de queijos, enchidos ou até mesmo ostras frescas à unidade, vinhos e espumantes a copo.

[Um dos pratos, com mexilhões, polvo e pimentos, que provei no Mercado de San Miguel (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A prática de comprar e levar para casa mantém-se, é certo, mas San Miguel funciona mais como um ponto de encontro, ou melhor, um espaço de convívio onde apetece estar e onde condescendemos em pagar pelo privilégio de, se preciso for, escolher o peixe ou o naco de carne que se deseja para o mandar confeccionar ali mesmo.

Se no início o mercado já vivia lotado, nesta minha segunda, e mais recente, incursão, constatei que duplicou ou triplicou o número de clientes e curiosos. Os locais continuam muito presentes, mas são cada vez mais os estrangeiros. Arranjar uma vaga ao balcão é complicado; um lugar sentado, então, é ainda mais difícil (mas não impossível), mas, é tudo uma questão de entrar no espírito e de apreciar a ideia de pedir uns pintxos (são tapas montadas sobre pão) ali, umas croquetas acolá (comi umas deliciosas, de camarão, espinafres e choco), um prato de jamón aqui, um copo de Rioja acolá... e por ai vai.

[A entrada do Mercado de San Antón, em Chueca (foto com direitos reservados)]

Mas, San Miguel tem, desde Maio, um novo rival. E, detalhe, um rival que ainda não caiu em todos os guias da cidade, logo para aproveitar enquanto isso não acontece. O que não deve demorar muito. Corra.

[Parece um centro comercial, mas San Antón é um mercado gourmet (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

No bairro de Chueca, entre as ruas Barbieri e Augusto Figueroa, o San Antón passou por quatro anos de obras e, à semelhança de San Miguel, reabre como mercado gourmet.

[A Frutería de Hilario, em San Antón (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Ao todo são 750 metros quadrados, repartidos por três andares ligados por escadas rolantes. Como estrutura é menos charmoso do que San Miguel, e parece-se mais a um shopping center, mas o ambiente é óptimo e a oferta também.

[O terraço do restaurante, no terceiro piso de San Antón (foto com direitos reservados)]

Nos primeiros dois pisos ficam os produtos frescos, da fruta ao peixe e marisco, passando pelas carnes e enchidos, mas agradou-me — muito —  a ideia de poder comer japonês, italiano, grego, além de ter à disposição barras tipicamente espanholas.

No terceiro piso fica um restaurante, La Mesa del Mercado, de cozinha contemporânea espanhola e bons cocktails, que, juntamente com um terraço, ocupa uma área de 400 metros quadrados. No sótão, não confirmei, mas dizem que fica o parque de estacionamento e um supermercado da rede Supercor.

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