22.7.11

#hotéis: três opções em espanha muito além do óbvio

[Hotel Aire de Bardenas (acima, foto de divulgação) e La Posada de Babel (abaixo, foto de divulgação)]

Graças a um artigo que tive de fazer para a edição de aniversário da revista Evasões (14 anos, celebrados em Junho!), pude descobrir, entre outras coisas, três hotéis fantásticos que — assumo a minha ignorância — desconhecia por completo.

O erro é tão grave quando, bem vistas as coisas, todos ficam em Espanha — ou seja, não tão longe quanto isso — e em regiões que adoro: Astúrias, País Basco e Aragão. 

São ideais para uma escapada, que pode até ser curta, mas não precisa ser óbvia.

[Panorâmica da Posada de Babel (foto de divulgação)]

ASTÚRIAS
Um pequeno hotel rural instalado numa quinta, nos arredores de Llanes, que desfruta da proximidade da sierra del Cuera, da costa asturiana e até mesma da estância de San Vicente de la Barquera. O bucolismo envolvente, propício a passeios ou à simples contemplação, encontra um reflexo na decoração interior, mas só até certo ponto, pois há também aqui uma preocupação em ser contemporâneo. Quando o tempo permite, o pequeno-almoço é servido ao ar livre, no terraço, com vista para o jardim, mas o hotel dispõe de uma agradável biblioteca com lareira. Já os 10 quartos e três suites repartem-se pela casa principal, um torreão restaurado, um pavilhão de teca em forma de cubo e um pavilhão apelidado de “suite del jardín”.

[Um dos quartos da Babel (foto de divulgação)]

La Pereda, s/n, Llanes, Espanha, tel. +34 985 402 525

[Aire de Bardenas em toda a sua singularidade (foto de divulgação)]
[Uma das casas do Aire de Bardenas (foto de divulgação)]

Aragão
É um dos hotéis mais fotografados do mundo, com prémios de arquitectura no palmarés, e não é caso para menos. Imagine um campo de trigo onde, surgidos do nada, aparecem poisados vários volumes cúbicos e rectangulares brancos. E tudo isto junto ao Parque Natural de las Bardenas Reales de Navarra, a meros três quilómetros do centro histórico de Tudela. Existem quatro tipos de alojamento, que variam na forma e também na vista (os mais luxuosos possuem até banheira no pátio exterior privado). O design interior é totalmente contemporâneo, existindo ainda, como áreas comuns, dois restaurantes.

[O restaurante e o bar do Aire de Bardenas (foto de divulgação)]

Ctra. de Ejea, km. 1,5, Tudela, Espanha, tel. +34 948 116 666

[O Viura no seu elemento natural (foto de divulgação)]
[Primeiro estranha-se, depois adora-se ou não, mas nunca se fica indiferente (foto de divulgação)]



País Basco
Numa região famosa pelas suas vinhas e vinhos, a Rioja Alavesa, este hotel causa um forte um impacto para quem é apanhado desprevenido. Isto porque a sua arquitectura é, no mínimo, peculiar, pois, visto de fora, dá ideia que das entranhas da terra brotaram vários cubos sobrepostos, de diferentes cores e com grandes janelas. Além de um restaurante, bar e ginásio, o Viura reservou para o último piso terraços ajardinados que permitem admirar o casario e as igrejas antigas de Villabuena. Os quartos, modernos e bem apetrechados tecnologicamente como seria de esperar, são 33, sendo quatro deles suites.

[O Viura faz uma ruptura, mas também integra a paisagem ao redor (foto de divulgação)]
[Design, arrojo e factor surpresa, eis alguns dos ingredientes do Viura (foto de divulgação)]

Calle Mayor s/n, Villabuena de Álava, Espanha, tel. +34 945 609 000

21.7.11

#gastronomia: nuno mendes, o chef viajante, em londres

[A sala do Viajante [©mark whitfield, todos os direitos reservados), em Londres, território do chef Nuno Mendes (abaixo, foto de divulgação) dá largas  ao seu experimentalismo]

A edição de julho da Rotas & Destinos, ainda nas bancas por poucos dias, deu-me a oportunidade de escrever sobre três chefs de origem portuguesa que estão a  fazer bonito fora de Portugal. 

Um deles é o Nuno Mendes, e já que o formato do artigo não deu para colocar tudo, partilho agora aqui o que não puderam ler na revista, inclusive uma pequena entrevista que lhe fiz.

[A entrada do restaurante (foto de divulgação)]

Portugal perdeu um biólogo marinho, mas o mundo ganhou um chef talentoso, cuja cozinha experimental, no restaurante londrino Viajante, já lhe valeu recentemente uma estrela Michelin. Se passar em Londres nos próximos tempos, marque na sua agenda uma ida ao Viajante. Vale bem a viagem.

[O bar do Viajante (foto de divulgação)]

Até aos 19 anos viveu em Portugal, tendo deixado o país com a intenção de ir estudar biologia marinha na Califórnia, mas as andanças pela Ásia e pela Europa acabaram por lhe mudar os planos de vida.

[Nuno a coordenar os trabalhos na cozinha (©luciana bianchi, todos os direitos reservados)]
[Sobre a bancada da foto anterior era esta a criação que se via: "beringela fumada, leite de soja e explosão thai" (foto de divulgação)]

Fixou-se em Londres há seis anos, onde entretanto abriu o restaurante Viajante, que lhe valeu a sua primeira estrela Michelin em 2010. 

[A cozinha estrelada de Nuno faz jus à máxima "os olhos também comem", porque é um jogo para os vários sentidos e não só para as papilas gustativas (foto de divulgação)]

Desde muito cedo, interessou-se pelo mundo dos tachos e panelas e, nas suas viagens, tratou sempre de absorver o mais possível as gastronomias locais. Por isso mesmo, não espanta que tenha escolhido para o nome do seu restaurante um termo que não só reflecte a sua filosofia de vida (os menus contam a “sua” viagem), mas também o propósito de transmitir uma “experiência” a quem ali come.

[A azáfama na cozinha é grande na hora de ponta... (©luciana bianchi, todos os direitos reservados)]

Aliás, essa ideia de “experimentalismo” está muito presente numa sua outra incursão, em parceria com Clarise Faria, que se intitula The Loft Project, também em Londres, e que consiste em convidar chefs de todo o mundo a mostrar a sua cozinha a um público limitado que caiba numa mesa comunal.

[Nuno serve o colega Alex Atala de visita a Londres, chef do D.O.M. de São Paulo que ascendeu este ano à invejável sétima posição no ranking dos 50 Melhores do Mundo segundo a revista Restaurant (©luciana bianchi, todos os direitos reservados)]

No Viajante, com um menu de 6, 9 ou 12 pratos, arrisca combinações inusitadas de produtos lácteos com marisco e não se acanha em usar pele de leite, coração ou línguas de pato confitadas. Sempre que pode importa o marisco de Portugal, como os percebes, mas os secretos de porco podem vir do Japão.

Quais eram os seus planos quando deixou portugal para ganhar o mundo
Os meus planos iniciais passavam por ir estudar biologia marinha e correr o mundo. Desde que parti para a Califórnia, viajei muito pela Ásia e Europa, até me fixar em Londres. Mas vou muitas vezes a Portugal.

A cozinha é uma paixão antiga ou foi uma revelação tardia?
Foi, decididamente, uma paixão que se manifestou muito cedo, talvez quando tinha 4, 5 anos.

Londres tornou-se a sua base. Vê-se a passar o resto da vida aqui?
Em termos de negócios, gostaria de permanecer em Londres, mas estou sempre  a ponderar outros lugares. Tenho uma família jovem neste momento, pelo que, eventualmente, poderei pensar num lugar que também lhes traga algum benefício.

Foi o Nuno que escolheu o nome Viajante?
Representa quer a minha attitude, quer a minha abordagem em relação a tudo na vida. Sempre tive um fascínio pelas cozinhas de todo o mundo. O nome adapta-se ao restaurante e à sua ementa. Os nossos menus descrevem a minha viagem, mas eu gosto igualmente de pensar que elas proporcionam uma experiência gastronómica numa outra dimensão.

5. Há um antes e um depois na vida de um chef que ganha uma estrela Michelin?
Óbvio que a estrela e o guia Michelin têm um forte impacto na carreira dos chefs. Temos agora muitas mais solicitações e exposição, mas não mudou a nossa postura; tão pouco perdemos a noção de onde viemos. Sempre trabalhámos no sentido de ter um restaurante interessante e o guia, parece, apreciou isso mesmo.

Com que frequência viaja agora?
No presente, viajo sobretudo a trabalho, mas as coisas começam a estar muito mais estruturadas na minha vida, pelo que não vejo a hora de voltar a ter mais tempo para explorar e partir em busca de inspiração.  

Do que sente mais saudades?
De estar perto do mar e de tudo aquilo que ele tem a oferecer. A qualidade do nosso peixe e marisco é extraordinária.

Cinco restaurantes que valem a viagem?
Noma, em Copenhaga (eleito há dois anos consecutivos como o melhor do mundo pela revista Restaurant), Mugaritz, no País Basco espanhol. Bras, em Laguiole (França), Kikunoi, em Quioto, e D.O.M., em São Paulo.


A proposta do Viajante


O restaurante de Nuno Mendes funciona apenas com menus de degustação: três à hora do almoço (€30); seis, nove ou doze ao jantar (desde €70).

Patriot Square,
Bethnal Green,
London E2 9NF, tel.: +44 20 7871 0461, www.viajante.co.uk | www.theloftproject.co.uk, Twitter: @nunoviajante

19.7.11

#hotéis: ponta do sol, o outro lado da madeira

[Localização dos dois hotéis na vila da Ponta do Sol, na costa sul da ilha da Madeira; abaixo: detalhe de um dos quartos da Estalagem (fotos de divulgação)]
Um artigo recente para a edição de Agosto da revista Evasões, obrigou-me a puxar pela memória e a relembrar uma viagem que fiz há tempos no arquipélago da Madeira.

Na costa sul, a meia-hora do centro do Funchal, a Ponta do Sol tem feito um percurso até certo ponto notável na última década, passando de vila esquecida a lugar incontornável para quem quer descobrir a “outra” Madeira, a que encontrou caminhos para lá do turismo de massas.

[A arquitectura reveladora da Estalagem (foto com direitos reservados)]

Para isso contribuiu, e muito, o aparecimento da Estalagem da Ponta do Sol, inaugurada oficialmente em Abril de 2001. Com um projecto inovador para a época, e sobretudo para um local associado aos antigos engenhos de açúcar, o projecto da estalagem partiu da necessidade de se moldar a uma localização não tão óbvia assim, no cimo de um promontório, e de fazer conviver, de forma integrada e harmoniosa, os edifícios já existentes da Quinta da Rochinha com novos volumes essenciais à prática hoteleira.

[A estrutura de betão e aço que faz a ligação entre os dois níveis da Estalagem (foto com direitos reservados)]

Tiago Oliveira foi o arquitecto escolhido. Entre as várias soluções engenhosas encontradas para driblar as dificuldades, destacou-se a construção de uma ponte em betão armado e ferro para ligar, através de elevadores, a casa antiga (que acolheu, em épocas diferentes, feitores e praticantes de ioga) a um plano superior do terreno onde ficaram instalados os 54 quartos, a piscina, o jardim, o restaurante ou o bar.

[A piscina exterior foi uma das áreas que cresceu e melhorou com os anos (foto com direitos reservados)]

Apostou-se numa estética simples, sem excessos, que tira o máximo partido das linhas geométricas (os blocos de apartamentos são rectangulares e dividem-se em colunas horizontais e verticais com vários cubos que correspondem às varandas de cada quarto), das paredes brancas, das grandes janelas e do chão em pedra negra ou em madeira clara para fazer sobressair o que realmente importa: a paisagem, num raio total que vai da Calheta ao Cabo Girão.

[Piscina interior da Estalagem (foto de divulgação)]

André Diogo, o director, assumiu sempre que esta foi feita de acordo com o gosto e possibilidades dos seus proprietários, mas que teve sempre presente a meta de ser um hotel-design, por um lado, e a preocupação da comodidade dos seus hóspedes, por outro lado. No exterior optou-se por respeitar a identidade da casa antiga, que faz jus à génese madeirense com o chão empedrado e o mobiliário de verga no alpendre, e por assumir a ruptura na parte nova, onde são marcantes o vidro, o aço e o alumínio. 

[O restaurante da Estalagem (foto de divulgação)]

Nos interiores, uma maior uniformidade foi conseguida com recurso a várias réplicas de peças de designers como Philippe Starck, Charles & Ray Eames ou Achille Castiglioni, investimento em obras plásticas de artistas contemporâneos e uma parceria bem sucedida com Carvalho Araújo, antigo colaborador do arquitecto Siza Vieira, que assinou o mobiliário dos quartos e do restaurante.

[Hotel da Vila em primeiro plano, ao fundo, sobre o promontório, a Estalagem da Ponta do Sol]

[Recepção do Hotel da Vila]

Testado o modelo, os proprietários da estalagem sentiram-se confiantes para abraçar um novo projecto, também na vila. Há muitos anos que se falava na conversão da antiga cadeia em pensão ou hotel de charme, mas foi só o ano passado, em Abril, que o Hotel da Vila abriu as suas portas. Mais acessível do que a estalagem, o hotel não é por isso menos “estiloso” e assegura aos hóspedes o acesso à piscina e a outras áreas comuns da estalagem.

[Um dos quartos mais amplos do Hotel da Vila]

[Outra perspectiva do mesmo quarto]

Com os pés bem firmes na vila, de frente para o mar, o Hotel da Vila, com apenas 16 quartos, restaurante e bar, tem o traço do arquitecto Duarte Caldeira. No seu design, despretensioso, assumiu e incorporou materiais e referências locais, como a pedra, a madeira e a palha (usada nas cabeceiras das camas).

[Bar e restaurante do Hotel da Vila]

O conceito brinca ao “rural-chique”, inclusive com peças recicladas, ao mesmo tempo que não abdica de uma leitura mais clean, com recurso  ao humor e a peças, sobretudo utilitárias como os candeeiros, as mesas e demais mobiliário, assumidamente modernas.

Estalagem da Ponta do Sol, Quinta da Rochinha, Caminho do Passo, 6, tel. 291970 200, diárias por pessoa em quarto duplo desde $60
Hotel da Vila, rua Dr. João Augusto Teixeira, Ponta do Sol, Madeira, tel. 291 973 356, diárias por pessoa em quarto duplo desde €35

5.7.11

#directo de madrid: arregalar os olhos com as guloseimas de oriol balaguer


[Oriol Balaguer, natural da Catalunha, trabalhou com Adrià antes de se estabelecer por conta própria e abrir a sua loja em Madrid, abaixo (fotos com direitos reservados)]



Mesmo em tempo de crise, Madrid continua a ser um destino muito apetecível para se deixar tentar. 

Pelo óbvio e não só. 

Na Ortega y Gasset, uma das artérias mais caras a seguir à Serrano e à Goya, a loja madrilena do catalão Oriol Balaguer — chefe-pasteleiro treinado no elBulli de Ferran Adrià, que, após colaborar com restaurantes, decidiu arriscar e estabelecer-se por conta própria — mantém-se low profile, mas só passa por ela sem a ver quem anda muito distraído. 

[A loja de Madrid não é uma chocolateria ou pastelaria convencional (foto com direitos reservados)]

À entrada, não sabemos se estamos num stand de ponta ou numa joalharia futurista, mas à saída a sensação é de ter aprendido que, às vezes, chocolate e bolos são mais, muito mais, do que apenas chocolates e bolos. São, no caso de Balaguer, obras de arte com embalagens, e preços, à altura —além das barras de chocolate, produzidas a partir de grãos de cacau Grand Cru, há também vários tipos de biscoitos, bolas (laranja, limão, avelãs, nozes...) cobertas de chocolate de leite ou de chocolate negro, bombons, macarons e pastelaria de autor.

[Os bolos são dispostos, e iluminados, como peças de arte (foto com direitos reservados)]

Nesta última visita, porém, descobri a sua Classic Line, muito mais abordável (em termos de preços) e destinada ao dia-a-dia. Balaguer quis recuperar da sua infância os sabores mais simples e os rituais mais básicos como a ida à rua para comprar o pão acabado de sair do forno.

[O design da loja madrilena acompanha a sofisticação das criações de Balaguer (foto com direitos reservados)]

Bons ingredientes, fermentação lenta e artesanais. São assim os pães, croissants, pains au chocolat e mais duas ou três variedades que podemos comprar, mandar embrulhar e levar para casa. No meu caso, o croissant e o pain au chocolat, estaladiços, duraram pouco, já que não resisti a devorá-los ali mesmo, enquanto passeava pela Ortega y Gasset.

[Porque os olhos também comem (foto com direitos reservados)]

C/ José Ortega y Gasset, 44, Madrid/Espanha, tel. +34 91 401 6463

4.7.11

#directo de madrid: brunch de fim-de-semana em malasaña


[Manuela Malasaña num pacato sábado em início de tarde (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]


Quem parou nos primeiros filmes de Almodóvar talvez julgue ser fácil encontrar em Madrid as mesmas ruas canalhas, os mesmos bares esconsos e as mesmas cenas de faca e alguidar que ajudaram a colorir a porção mais rasteira da movida madrilena. 

[Esquina da Manuela Malasaña com a Ruiz vista do Nina (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Acontece que o auge da movida se deu na década de 1970, no então decadente bairro de Malasaña, animado por um “vale tudo” que permitiu trazer à tona uma nova iconoplastia popular, assumidamente kitsch, assumidamente folclórica, com Almodóvar e companhia (Rossy de Palma, por exemplo, tinha uma banda na época, os Peor Imposible) na proa.

[O interior industrial-chic do Nina (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Desses loucos tempos restam bares como o La Vía Láctea (C/ Velarde, 18), mas Malasaña, muito ligado à vida universitária, é hoje, sobretudo durante um dia, um bairro familiar que gravita em torno da praça Dos de Mayo (esta, à noite, verdade seja dita, converte-se num bar alternativo a céu aberto) e de ruas como Manuela Malasaña, que junta no mesmo passeio vários restaurantes, bares e até um teatro.

[O brunch começa com um sumo natural de fruta à escolha, cesta de pães, compotas, queijo-creme, paté, dois tipos de manteiga e compotas (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

De todos, o meu preferido é o Nina. Descobri-o, há coisa de dois anos, quando andava a passear por aqui e, já perto da hora de jantar, me deixei encantar pelos seus pendentes luminosos nas grandes janelas que dão para a rua.

[Ao que se junta o café, como se quiser, e o iogurte natural ou de frutas (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Só depois dessa noite, que se revelou uma escolha mais do que certeira (pelo custo/benefício, pelo bom ambiente e comida saborosa), vim a ler sobre o Nina e constatei tratar-se de um valor seguro do bairro.

[Como prato à escolha, ovos Benedict (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Desta vez, aproveitei que serve um brunch aos fins-de-semana e feriados, entre as 12.00 e as 17.30, para fazer render a preguiça do meu sábado por aqueles lados. As duas salas do restaurante, separadas pelo bar, são amplas e luminosas, com uma decoração industrial-chic (tijolos nas paredes, canos à vista, vigas de ferro...), toalhas de pano nas mesas e uma clientela familiar. Há sempre mais madrilenos do que turistas.

[no final, quando julgamos não sobrar espaço para mais nada, ainda vêm os doces (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

O brunch, que sai por €21,90/pessoa (mas não pedem um cêntimo a mais por repetir o sumo ou pedir outro café), não tem nada de muito extraordinário ou fora do comum, mas é farto, dispõe bem e vale o que custa. Cesta de pães, sumo natural, café como se quiser, dois tipos de manteiga, queijo-creme e paté, iogurtes, selecção de pastelaria e um prato à escolha. Elegi os ovos Benedict, que até não estavam um delírio, mas confirmei que, decididamente, o Nina é, para mim, um porto seguro em Madrid.

C/ Manuela Malasaña, 10, Madrid/Espanha, tel. +34 91 591 0046, todos os dias, brunch as sáb., dom. e feriados, entre as 12.00 e as 17.30
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